sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sob o raio de Sol

 


Sob o raio de Sol

Foi um raio de sol que conseguiu vencer a veneziana da janela e repousou diretamente no rosto dela. Acordou! Abriu os olhos e com a visão ainda embaçada deu um sorriso torto e tímido. Qual o motivo? O motivo era ele. Ele ali deitado, ele ali com ela, ele ali dormindo feito anjo, ele ali sonho.... sonho? Não desejo realizado. Para ela aquela era a visão perfeita para um domingo de manhã, a melhor visão do mundo.

Fechou olhos ainda sonolenta e lembrou da noite passada, sorriu de novo. A lembrança foi tão real que pode até sentir como foi adormecer deitada em seu ombro, os afagos no cabelo, os carinhos com as pontas dos dedos no rosto, na orelha, um beijinho na testa, um Eu Te Amo. Ela abriu os olhos e entendeu que hoje dois anos depois ela conhecia cada pinta daquele corpo, cada ruga daquele rosto... e os cílios? Ahh como ela adorava acordar e ficar olhando seus longos cílios que no sono profundo realizava curtos e rápidos movimentos. Lá estava ela, olhando pra eles... Pronto! O mundo poderia acabar ali  naquele momento.

Se pegou sorrindo de novo, ou será que dali o sorriso nem saiu? Acreditou que a segunda hipótese fosse mais real. Mais é claro, apesar das chegadas e partidas só o amor lhe ensinou sobre o tempo. Tempo de ir, tempo de despedir, tempo de distância, tempo de saudade, tempo de ser paciente e de entender que tudo vêm no tempo certo e que um dia momentos como aquele virariam rotina, que os cílios dele estariam presentes todas as manhãs a uma distância de um abrir de seus olhos, a um despertar, a cada amanhecer.

Foi aí neste momento que ele despertou também e ela verbalizou, um eu te amo pra sempre, só com os olhos. Ele respondeu sorrindo e um beijinho infantil foi o máximo que seu enorme sono da manhã lhe permitiu. Um tapinha no quadril e ela logo se virou, um abraço de conchinha, um chamego no pescoço e foi aí que ela teve a certeza que o tempo tinha toda a razão. Valeu esperar. Depois de dois anos o coração dele parou de racionalizar e se permitiu ser amado pelo dela.


Naquele calor de dois corpos ela fechou de novo os olhos, deu mais um sorriso e suspirou longamente, adormeceu...