sábado, 30 de abril de 2011

Meu Salgueiro


No meu coração úmido de pranto
Plantei um salgueiro-chorão
Quero alivia-lo dos miasmas da solidão.

Brota meu salgueiro
Vem, me dá seu abraço ácido
Cura-me as chagas do coração.

Cresça e se torne imortal como és
Enfeite as portas da minh’alma
Afasta-me dos venenos da indiferença
Cura-me das pestes da ilusão.
(AD)



quinta-feira, 28 de abril de 2011

INÉRCIA, TRABALHO, ENERGIA





Hoje terminei de ler pela segunda vez um livro de crônicas, que eu adoro, da Martha Medeiros, Montanha Russa. Para mim um livro apaixonante, inspirador, emocionante e envolvente. Cada crônica, uma surpresa, uma lição, uma reflexão. A crônica que dá nome ao livro me fez parar e refletir sobre os últimos acontecimentos da minha vida. Refleti, pensei, dormi e acordei pensando. Cheguei a conclusão de que estou numa fase Rollercoaster. Eu andava incomodada com a inércia da minha vida, nada tinha muito significado, tudo me incomodava. Acordei num belo dia de sol e céu azul (dias nublados me deixam de mal humor). Levantei com o pé direito e resolvi me lançar, a toda velocidade, sem saber aonde as emoções me levariam. Não consegui até hoje, identificar como, nem quando, esta energia que me deu forças para mudar, nasceu e potencializou minhas vontades, me tirou do repouso, forneceu para minha coragem guardada há tempos, a energia cinética que eu precisava para mudar. Assentei e não levantei mais, vivo grudada no meu carrinho de montanha russa, o primeiro da fila, o que trás mais emoção. Subidas íngrimes e cansativas, descidas perigosas e emocionantes, altos e baixos, curvas sinuosas, loopings sem fim. Emoção, emoção, emoção! Emoções fortes ventam nos meus cabelos, nos meus pés, os atritos da vida. Sem perder a cinética que me faz seguir, sigo monitorando cada bloco com meu computador anatômico que sofreu um upgrade nos últimos meses e está mais racional do que nunca. Viver numa montanha russa? Quero sim. Quero impacto, quero mudanças. Só não quero estatísticas alarmantes de coração partido, lagrimas caídas, noites insonies.  Entrei nesta nova fase, porque sei que hoje, os equipamentos de segurança estão mais modernos e meu coração cansou de ser hospitalizado, devido a má administração do parque. (AD)


quarta-feira, 27 de abril de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Alguns guardados


Na gaveta do quarto, meio aos guardados, muitos papéis, poemas aos pedaços, palavras inacabadas, textos incompletos.  Neles, um punhado de saudade, vestígios de solidão, fraquezas desbotadas, alegrias espalhadas. Abri, olhei, fechei, tranquei e fui, eufórica, viver milhares de alegrias. (AD)




sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Laços de Família" (Clarice Lispector)


Minha família
 meu porto seguro
minha razão de viver.
(AD)




"Família
é diversidade,
aprendizado de vida
quase faculdade.
É desencontro e união,
teste de paciência, reflexão.
Prova de amor,
segurança de tudo,
de crescimento,
de aliança,
de que a vida é assim.
Para viver e aprender"

Ana Mello


quarta-feira, 20 de abril de 2011

"Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo... acreditar em você de novo." Carlos Drummond de Andrade


Quantas vezes nós guardamos o bom e velho amor escondido no cantinho do armário, sendo que este, podia render um belo bouquet de rosas? Sem contar na falta de carinho, compreensão, paciência, amizade, diálogo... Enfim, um mundo de sentimentos, descartados e inutilizados. Desenterrar, limpar as gavetas, abrir os olhos e satisfazer a nossa necessidade do espírito. Encarar a realidade e sempre reaproveitar os restou que ficaram esquecidos. Olhá-los de forma diferente, modificar, dar uma chance ao novo. SER FELIZ!






terça-feira, 19 de abril de 2011




Seus dedos, meu corpo
uma nota, duas notas
um refrão.
Seus ouvidos, minha boca
um gemido breve, um suspiro longo
uma orquestra.
Me faço canção, te faço regente
me deixo tocar
te faço ouvir.
Queria eu, dispertar
seus desejos com os sons do meu corpo
me fazer ler sem partitura, de cabeça
sua música preferida.
(AD)


segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mulherices: Em defesa dos frascos e dos comprimidos

Mulherices: Em defesa dos frascos e dos comprimidos




Por Lilian Buzzetto 




  
Tenho uma colega em depressão. Ela não está triste porque tomou um pé na bunda, o chefe é um boçal e a calça jeans não entra. Não, a moçoila foi clinicamente diagnosticada, farmacologicamente tratada e, de acordo com seu psiquiatra, apresenta o quadro clássico que segue cada linha do que está escrito nos manuais e tratados da especialidade. Para todos os fins e por todos os meios, ela está doente.

Meu lado racional conversa comigo, argumenta, expõe dados, fatos e fontes tentando fazer com que o lado negro da minha alma se compadeça da situação, mas eu não consigo. Opto por me afastar de pessoas deprimidas e depressivas, pois, no fundo, acho-as deprimentes. E isso parece ser mais forte que eu!

Sou um desastre para consolar pessoas – cada frase que eu digo, tentando ajudar, faz o ser afundar ainda mais e costuma resultar em berreiro. Sou potencialmente nociva aos oficialmente deprimidos que se acham inúteis, uma vez que, por mais esforço que faça, vou deixar transparecer que – no fundinho do meu coração – concordo com o fato de que a pessoa é um desperdício de espaço no planeta e uma involução da raça humana.

Eu + Sujeito em Depressão = tendência ao suicídio.
E – desconfio que – EU + Sujeito Suicida = O último pulando do prédio.
[Nota mental: não me voluntariar a posto no CVV].

Podem me apedrejar: EU CONCORDO, APÓIO E FORNEÇO AS PEDRAS. Longe de mim, pensar que estou certa na questão, mas é assim que meu subconsciente ou o que quer que me defina em camadas mais profundas encara a coisa.

Minha mente funciona de maneira turrona e obtusa para algumas coisas e encaro a Teoria da Evolução mais a ferro e fogo do que ela merece. Quando ouço que alguém se trancou em casa por causa da depressão, concluo que é melhor que este humano se mantenha recluso, com menos risco de se reproduzir. Cada vez que ouço que, num caso extremo, alguém se suicidou ou tentou o suicídio, a frase “o mundo não perdeu nada de útil” inunda minha mente antes que eu consiga racionalizar qualquer ponto.

Talvez eu pense assim porque os transtornos psiquiátricos e psicológicos estão banalizados. Tenho a ligeira impressão de que se somarmos o número de pessoas que alegam estar estressadas, estafadas, deprimidas, com síndrome de vai-saber-lá-Deus-o-que, excederemos 7 bilhões de pessoas.

- Meu filho tem hiperatividade. 
Não, peã, eu conheço teu filho desde que nasceu. O que teu filho tem são sete anos, aquela fase insuportável e mal educada, que parece ser causada pela perda dos dentes da frente: e que gerações anteriores de papais e mamães solucionaram com meia dúzia de tabefes, muito choro e zilhões de horas sem poder brincar lá fora. Mas controlar o pimpolho com Ritalina é mais fácil que educar, né? 

 A sociedade anda dando a todas as fraquezas humanas um nome bonito, uma explicação minuciosa e um remedinho - o que seria ótimo se fosse encarado como forma de melhorar, curar, tratar. Mas o que vejo é que toda vez que um sujeito fracassa, tem um especialista para explicar e justificar o erro.

Bebe demais e não tem um pingo de força de vontade: é doente. Chora o dia inteiro e não tem vontade de viver: é doente. Não consegue se relacionar com os outros seres humanos: é doente. Come demais e está obeso, é doente. Matou a mãe, é doente. Eu, tabagista, sou doente.

Aposquintodosinferno. Tudo agora é desculpa, tudo foi causado por alguém do passado ou por uma série de reações químicas em algum lugar obscuro do organismo. O que vejo é falta de gente querendo assumir sozinha e no peito, seus erros por suas decisões, fracassos e incompetências.  

Eu não consigo parar de fumar porque fui uma idiota em começar e agora tenho menos força de vontade do que o necessário. Ponto. Era minha culpa antes, continua sendo minha culpa agora. E o fato de eu não conseguir respirar quando subo quatro lances de escada é culpa minha – não da genética do meu pulmão, não do fabricante de cigarros.

A maior parte dos gordinhos que conheço está acima do peso por comer como um porco, não por algo inevitável, hereditário e do mal.

A existência de “tratamento” para alguma situação negativa, não necessariamente transporta a pessoa afetada para o reino dos injustiçados. Existe tratamento para cárie, mas se você não escovar os dentes e tiver que lidar com um canal – a CULPA é sua – não é de Deus, não é do mundo, não é da sua mãe, nem de seus coleguinhas de pré-escola. É sua.

RESPONSABILIDADE. As pessoas fogem dela como meu dinheiro da minha conta corrente. A análise excessiva das relações de causa e efeito que afetam a psicologia humana tem criado – a partir de agora advertidamente, porque eu estou advertindo – uma série de muletas.

Você não fracassa na vida por não ser normal – até porque, já dizia um sábio qualquer, de perto ninguém é. Você fracassa porque erra, porque faz escolhas equivocadas, porque não é competente.

Você fracassa porque é um bosta.
PONTO.

E todos nós somos um bosta em algum momento, em algum aspecto. [Eu, em vários]. Ou será que TODA A HUMANIDADE ESTÁ DOENTE E INCAPACITADA? Se sim, fracassamos como espécie. Assumamos e miremos a extinção.

E nem venha me dizer que as pessoas são incapazes de assumir suas falhas porque a sociedade de hoje cobra de mais a perfeição e blá-blá-blá – porque eu e você somos indivíduos com livre arbítrio para reagir às cobranças e intempéries como assim nos aprouver. E se eu der errado: a culpa é só minha.

PS: Peço aos que tiveram que lidar com casos extremos das supracitadas doenças, minhas sinceras desculpas – mas não me apareçam todos dizendo que têm um ou mais desses transtornos encavalados ou conhecem alguém ou tem. Não entra na minha cabecinha tacanha que quase a totalidade da população mundial não seja capaz de assumir o que faz, o que é e onde cagou no pau. Vai um papel higiênico aí? 


Viver é ir (Priscila Rodê)


Cansei do velho, deixei meus velhos guardados e peguei uma nova estrada. Fui buscar novas paisagens pros meus olhos cansados da mesmice. Fui buscar novos sabores pra minha boca amarga das decepções do passado. Fui buscar novos sons, meus ouvidos estão cansados dos meus velhos discos. Fui buscar novos braços afim de encontrar um novo abraço, um novo aconchego. Fui buscar um novo coração pro meu peito vazio. Fui buscar um novo estômago já que o meu, vive embrulhado diante de tantos descasos e falta de amor. Fui buscar um novo canteiro, pra plantar novas sementes, fazer um novo jardim. Fui buscar novos caminhos, novas direções pros meus ideais. Fui me buscar, me encontrar, já que me perdi meio aos sonhos e meus pensamentos. Fui. Fui sem pressa de voltar, sem hora pra chegar e sem lugar pra ficar. Fui com um sorriso no rosto, viver o presente, um passo de cada vez, sem ansia pelo futuro, quero é ser feliz agora. (AD)





domingo, 17 de abril de 2011

Fraseado




Plantei várias letras no meu jardim esperando por você. Se você não vêm, elas não brotam, mofam as palavras, morrem meus poemas. (AD)


sábado, 16 de abril de 2011

O doce doce do arroz doce




É muito estranho você não estar aqui enquanto o garçom me serve a sua sobremesa favorita, já que comemos pela primeira vez juntos em um janeiro ensolarado. Logo após o almoço, você me sentou no colo, serviu a sobremesa que comemos juntos, na mesma tijela uma colherada pra cada um, e no final, raspar a tigela era nossa brincadeira favorita, isso sempre deixava um sabor de quero mais. Na verdade, eu sempre comia um pouquinho a mais que você, mais tarde, lá na cozinha, a vovó me servia escondido, já que sua doença ingrata não lhe permitia nem mais um teco deste manjar. E o arroz doce lhe trouxe de volta, trouxe sua lembrança. Porque alguns sabores, cheiros, músicas, agarram-se as imagens daqueles que se foram antes do tempo, cedo demais e no fim das contas fica uma insígnia de saudade. Infelizmente o leito do rio toma rumos inesperados e no fim das contas ficamos na margem, sem ter o que fazer, sem ao menos um bote amigo pra se jogar na corredeira. O rio corre, a saudade fica, junto às lembranças doces, só não são mais doces que nosso arroz doce. (AD)


quinta-feira, 14 de abril de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Então, que seja doce." (Caio Fernando Abreu)




A era romântica se foi. Hoje vivo na busca de amor parnasiano. Amor pelo amor, que não foge da realidade, que não se deforme com meu olhar, meu sentir e meu pensar. Um amor que busque a perfeição formal e deixa de lado as subjetividades do romantismo em busca de conteúdo, sem esquecer da perfeição estética que, por sua vez, nunca será alcançada. Um amor poético e ao mesmo tempo concreto que não me tire do chão, não me de asas e não me faça sonhar. E às 6 da manhã tocou o despertador. Trim! Trim! Trim! (AD)


Imagem: A noite estrelada 1889 – Vincent Van Gogh
http://doispensamentos.com.br/site/?p=29

terça-feira, 12 de abril de 2011

Amor que não sabe amar




Deixei pra trás um amor disforme, distante, lúdico, soberano. Amor frio, surdo, mudo e daltônico. Amor dos momentos atoa, vagos, inusitados. Amor que não esquenta cama, não pega estrada, não olha pro céu, não conta estrelas. Um amor só seu, que ama egoncêntrico, que não abre as janelas e vive escondido num quarto escuro . Um amor que mente, omite, fere e magoa. Um amor que não sabe a beleza de amar. (AD)




*Leia também: http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/mulher-honesta/2011/04/12/a-vital-capacidade-de-esquecer/

segunda-feira, 11 de abril de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

Coração Tranquilo





Ideal Surreal

 
 

 
"O ideal não existe.... Seria realmente estúpido da nossa parte, nos sentirmos infelizes em nome de um ideal"
 
Frase do filme: Copie Conforme
 
 

 
 



Sobre o filme: A personagem de Juliette Binoche é um oceano de dor e ressentimento, ao mesmo tempo em que parece cheia de esperança. Traz na bolsa o batom e os brincos e, num dos momentos mais bonitos do filme, tenta com eles seduzir seu homem. “Eu me fiz bonita para você”, diz a ele, inutilmente. Sua personagem sem nome (em outra evidência da sua importância como símbolo das outras mulheres) sente-se sozinha diante da vida. Ela sofre com a ausência de um companheiro com quem dividir a criação do filho, a garrafa de vinho e as memórias. É beligerante, frágil, comovente. Tem todo conforto material e a liberdade que pode usar, vive em um dos lugares mais lindos do mundo, mas sofre. A certa altura do filme, senta-se na escada de um edifício, descalça os sapatos de salto e descansa a cabeça sobre o ombro do marido/oponente. E pela primeira vez encontra uma espécie de paz. Apoiada. Essa situação não é estranhamente familiar?

IVAN MARTINS - Colunista e editor-exclusivo da revista Época.
 
 
 
 

sábado, 9 de abril de 2011

Silêncio




Tenho fome, fome de silêncio, ando sôfrego pela ausência de som. Até a mais simples unidade sonora me incomoda, fere meus ouvidos. Hoje, só quero a linguística do meu coração e dos meus pensamentos. Imersa ao meu silêncio, quero apenas ler meus velhos livros. Aqueles guardados nas gavetas da alma, esquecidos e empoeirados na estante mais alta da biblioteca de sentimentos. Quero folhear cada página dissertada, nelas não quero fonemas lógicos, hoje a razão não tem vez. Para hoje, quero uma surdez seletiva. Quero sentir as vogais fechadas dos sentimentos mais puros, que deixam meus pulmões, fazendo vibrar as minhas cordas vocais, com o menor esforço, sem encontrar nenhum obstáculo, por mais tônico que eles possam parecer. Quero apenas as consoantes surdas, oclusivas, que por mais desvozeadas que possam ser, rompem os lábios da tristeza, os dentes da raiva, o palato da decepção e vão contra a corrente de ar mais fria, aquecendo meus sonhos. Hoje, só hoje, quero ler minha biografia muda, calada, sentimental. Posso até gaguejar, errar os acentos, tropeçar nas pronúncias. Mas, hoje, só hoje, quero recitar o meu silêncio com a voz do coração. (AD)

*Imagem: Odilon Redon - O silêncio, 1911, óleo sobre cartão.




Miniconto




No silêncio da alma, rompeu o casulo, quebrou as algemas, foi ser feliz.
(AD)




sexta-feira, 8 de abril de 2011

Addio



Não preferi ficar no cais. Recolhi a âncora, icei a vela, fiquei a merce do vento. Enchi o pulmão de ar e minha alma de coragem, não olhei para trás, segui viagem. Fui em busca do novo, do diferente, do inusitado; navegando atrás dos meus sonhos, pilotando meus desejos, remando em busca da esperança. A vida é única, uma viagem sem volta, não há tempo para viver atracado, no mesmo porto, vivendo em vão, esperando a tormenta. Vá, navegue em busca da outra metade, seja FELIZ.




quinta-feira, 7 de abril de 2011

LUTO - RIO




A cidade maravilhosa hoje encerrou, fechou seu céu azul, cegou em chuva de lágrimas choradas pelas mães cariocas. Entre amores e desamores de vontades balançadas e alteradas, morreram anjos dissolvidos nas cores do ódio, da decepção, da loucura e da insanidade. O mundo calou-se em um silêncio profundo que fez o vento parar e os olhos em prantos, encostaram-se em lamento, no ombro da tristeza, dos sonhos podados, da infância roubada. O redentor adormece hoje em lençóis rubros, recusando a acordar do beijo de despedida que nunca será entregue. (AD)




Palavras Rebuscadas




Nos seus olhos uma tormenta, vi o meu fim, afugado em um mar de lágimas.
(AD)


Potpourri de um leitor querido!

Aproveito o lindo texto de Maxduber Dornelas para agradecer meus leitores, sem vocês o blog não teria nenhum sentido. Obrigada a todos pelo carinho! Beijão



Um potpourri de pensamentos...


Dúvidas do que foi perdido. Se foi o outrem ou se foi eu alheio ao meio da imensidão vivida nas relações...
“Por te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia.” Clarice Lispector
Pois: “Quando lhe jurei meu amor, eu traí a mim mesmo...” Raul Seixas


Amar alguém ou se amar? “Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor.” e assim “Amar é cansar-se de estar só...” (Fernando Pessoa).


Mas se assim for, como explica a dor. A saudade que não cabe em mim: “Também temos saudade do que não existiu, e dói bastante.” Carlos Drummond de Andrade
“A saudade é um parafuso
que quando a rosca cai
só entra se for torcendo
porque batendo não vai.
Mas quando enferruja dentro
nem distorcendo não sai.” Raul Seixas


No entanto é sabido que:
“Falar é completamente fácil,
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.


Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.” Carlos Drummond de Andrade


É “Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.” Clarice Lispector


Uma coisa é certa, todos encontram peripécias na estrada da vida e o remédio é seguir as palavras de Fernando Pessoa:
"Pedras no caminho?
Guardo todas.
Um dia vou fazer um castelo...”


E só sei que “Se eu fosse burro, não sofria tanto.” (Raul Seixas), mas não sou. Então, “Já que sou, o jeito é ser.” (Clarice Lispector)


“Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado.” (Carlos Drummond de Andrade)
Assim continuo a caminhar, tentando não me enganar...
“Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.” (Carlos Drummond de Andrade)


Não busquei um padrão de normalidade, pois “Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal.” e “Viver é fácil com os olhos fechados...” (John Lennon).


E se por algum motivo não entender... Simples! Lembra-se de Mario Quintana:
“Se alguém te perguntar o quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo...”


*Texto postados nos comentários do texto Estrela Cadente - http://asminhasinquietudes.blogspot.com/2011/04/estrela-cadente.html

COLLAGE

Colagem de fotos da revista LIFE, todas foram retiradas do google. O resultado interessante, recomendo.


collage from fortià on Vimeo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Estrela Cadente


Hoje me peguei, esperando, numa esquina qualquer, olhando pro céu e pensando em você. Te procuro na escuridão, entre as estrelas, em cada constelação, em cada brilho, em cada vazio. Hoje nem a lua apareceu. Eu, sem você, sobre o sereno, na companhia dos meus medos, das minhas inseguranças. Aonde foi que você se perdeu? Qual o momento que isso aconteceu? Um silêncio, uma angústia, nenhuma resposta. Uma estrela cadente, faço um pedido. Peço a ela, que me tire do chão, me leve para longe, longe dos meus pensamentos que só me trazem para perto de você.




Thru Religion

Thru Religion é um objeto 3D impressa criada pela Drzach & Suchy. O objeto tem vários elementos de sombra, semi-aleatoriamente distribuídos em três dimensões. Quando você gira o objeto para a posição correta na frente de uma fonte de luz, você pode ver três diferentes símbolos religiosos. Achei o objeto fantastico e de uma imensa criatividade. Vale a pena conferir o vídeo.








segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sempre Caio







"Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna." (Caio Fernando Abreu)





Palavras Rebuscadas





Um vento sul, um amor fraco, constipação, gripe, pneumonia, aqui jaz um amor.


domingo, 3 de abril de 2011

Ausente Presença




Mesmo ausente, você se faz presente nos meus pensamentos, no meu coração. É irremediável este meu sentimento. Plantou-se uma semente, brotou-se uma paixão, nasceu um novo amor. Expus-me, amarrei-me, preenchi-me, encontrei-me. Entreguei-me. De corpo, alma, músculo pulsante, olhares, palavras ternas, poemas líricos. Ah... Está sua presente ausência... A presença maior que tenho na vida é a sua, doce e amarga e dolorida, ausente presença. (AD)


Poeminha




Outono no austral
primavera na alma
folhas caem lá fora
árvores florescem aqui dentro.
(AD)





sábado, 2 de abril de 2011

Despedida - Paulus




"...Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha a coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."  Clarice Lispector




Vá! Voe!
Siga seu próprio caminho
Sem mim, sem nós

Descubra outros sabores
O perfume de outras flores
Viva novos amores

Experimente outros beijos
Abrace novos “amigos”
Satisfaça-te com novos amantes
Apaixone-se por um desconhecido

Viva! Seja feliz!
E se achar que errou no caminho
Volte! Sem remorso!
Talvez ainda exista seu cantinho...

*Imagem: Óleo sobre tela - Despedida (1989) - Maria Gabreil - Portugal