Postei esta poesia de Jorge de Lima em homenagem a 29ª Bienal de São Paulo. A poesia dá nome a exposição que está no Palácio das Artes de B.H. até 20 de março - http://www.fcs.mg.gov.br/
A ilha ninguém achou
porque todos a sabíamos.
Mesmo nos olhos havia
Uma clara geografia.
Mesmo nesse fim de mar
qualquer ilha se encontrava,
mesmo sem mar e sem fim,
mesmo sem terra e sem mim
Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.
Nem achada e nem não vista
nem descrita e nem viagem,
há aventuras de partidas
porém nunca acontecidas.
Chegados nunca chegamos
eu e a ilha movediça.
Móvel terra, céu incerto,
mundo jamais descoberto.
Indícios de canibais,
sinais do céu e sargaços,
aqui um mundo escondido
geme num búzio perdido.
Rosa de ventos na testa,
maré rasa, aljôfre, pérolas,
domingos de pascoelas.
E esse veleiro sem velas!
Afinal: ilha de praias.
Quereis outros achamentos
além dessas ventanias
tão tristes, tão alegrias?
porque todos a sabíamos.
Mesmo nos olhos havia
Uma clara geografia.
Mesmo nesse fim de mar
qualquer ilha se encontrava,
mesmo sem mar e sem fim,
mesmo sem terra e sem mim
Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.
Nem achada e nem não vista
nem descrita e nem viagem,
há aventuras de partidas
porém nunca acontecidas.
Chegados nunca chegamos
eu e a ilha movediça.
Móvel terra, céu incerto,
mundo jamais descoberto.
Indícios de canibais,
sinais do céu e sargaços,
aqui um mundo escondido
geme num búzio perdido.
Rosa de ventos na testa,
maré rasa, aljôfre, pérolas,
domingos de pascoelas.
E esse veleiro sem velas!
Afinal: ilha de praias.
Quereis outros achamentos
além dessas ventanias
tão tristes, tão alegrias?
Nenhum comentário:
Postar um comentário