domingo, 10 de abril de 2011

Ideal Surreal

 
 

 
"O ideal não existe.... Seria realmente estúpido da nossa parte, nos sentirmos infelizes em nome de um ideal"
 
Frase do filme: Copie Conforme
 
 

 
 



Sobre o filme: A personagem de Juliette Binoche é um oceano de dor e ressentimento, ao mesmo tempo em que parece cheia de esperança. Traz na bolsa o batom e os brincos e, num dos momentos mais bonitos do filme, tenta com eles seduzir seu homem. “Eu me fiz bonita para você”, diz a ele, inutilmente. Sua personagem sem nome (em outra evidência da sua importância como símbolo das outras mulheres) sente-se sozinha diante da vida. Ela sofre com a ausência de um companheiro com quem dividir a criação do filho, a garrafa de vinho e as memórias. É beligerante, frágil, comovente. Tem todo conforto material e a liberdade que pode usar, vive em um dos lugares mais lindos do mundo, mas sofre. A certa altura do filme, senta-se na escada de um edifício, descalça os sapatos de salto e descansa a cabeça sobre o ombro do marido/oponente. E pela primeira vez encontra uma espécie de paz. Apoiada. Essa situação não é estranhamente familiar?

IVAN MARTINS - Colunista e editor-exclusivo da revista Época.
 
 
 
 

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